Se eu fosse definir uma palavra para ilustrar a figura paterna no período do puerpério, nesse momento seria "diferença".Assim como a maternidade é construída, a paternagem também se dá no dia a dia e, infelizmente, num cenário social que em nada favorece a confiança e segurança que um pai recém-nascido precisa para ocupar o seu lugar. Assumir as funções paternas depende de uma série de variáveis que irá contribuir para autonomia do pai, dentre elas, a diferença se instala, muitas vezes pela falta de experiência ou de "tato" mesmo, já que para muitos homens o seu bebê é o primeiro a se aconchegar em seus braços. Essa singularidade no jeito de pegar, nas mãos trêmulas ao trocar ou dar banho, no coração que acelera só de pensar em ficar a sós com o bebê, ou simplesmente, pela maneira particular que nos torna únicos, faz com que o pai possibilite à sua cria uma rica realidade, o contato com a diferença, principalmente se comparado com o manejo e o cuidar materno.O que nos diz o quão importante é a inclusão dos pais em todo período grávidico-puerperal, seja nas consultas, nas rodas de conversa, no próprio parto e pós-parto. Pois, os espaços destinados ao homem, com relação à apropriação do tornar-se pai, ainda são muito discretos ou concentram seus esforços nas faltas e ausências e não na possibilidade de presença.Cada pai é, ou pode vir-a-ser, tudo aquilo que ele compreende que lhe cabe. Texto: JULIANA DI LORENZO Psicóloga Clínica e Materna - Educadora Perinatal |Contato: (35)9 8837-4550
Fotografia: Luciana Faria
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